Do centro de Maceió |
O cursor piscante do editor de textos lembra as pontadas de uma dor impossível, como se a página em branco fosse um corpo que tem urgência de cuidados. Me delicio com a ideia até perceber a proporção gigantesca das coisas a minha volta. O meu corpo é um ponto em cima do assento. Pequenos como cabeças de alfinetes, os olhos entregam um panorama insólito do vazio entre o chão e o tampo da mesa. E de todo pó flutuando o vazio.
Esse momento repetido à exaustão.
A complicação de encará-lo diante da necessidade de esboçar conclusões, muito esforço e um semestre de atraso. Anotações azuis em letras infantis declaram nosso sucesso nas semanas que estão por vir, mas a sensação de engessamento permanece vívida como nunca. E o futuro contido na duração da partida.
Eu quero entender as demandas do corpo e o que te trouxe até aqui.
O mal-estar inevitável.
Tenho tentado aprender com isso.
amo você.
ResponderExcluirTambém te amo.
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